quarta-feira, 1 de julho de 2009

ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO “CONVERSAÇÃO SOBRE A BOA MORTE: O DEBATE BIOÉTICO ACERCA DA EUTANÁSIA”

Quando podemos ser afirmados ou quem pode nôs indicar o lume quando estarmos prontos de manifestarmos, principiarmos a aparecer em um horizonte ou formarmos e constituirmos-nos a brotar e se formar nesse mundo para depois, em um futuro promíscuo longínquo ou precoce , nos recolhermos de nossas funções, afastarmos e desaparecermos nesse horizonte vivido onde temos ou será que não temos o livre arbitro de decidirmos por si próprios o direito de ir e vir?
O quanto será que cada ser humano desse planeta tem de direito sobre sua própria vida simplesmente por serem donos dela, por te-la vivido?
Não se trata mais de partir nem de chegar. A questão agora é “o que se passa entre”?
A bioética como disciplina refere-se à moralidade dos atos humanos que podem alterar, de forma significativa e irreversível, os sistemas autopoiéticos (capacidade dos seres vivos de produzirem a si próprios), também irreversíveis, representados por nós , debruça-se, em particular, pelo amplo leque de problemas relativos ao processo vida-morte.
O que acaba sendo mais e realmente importante é o que se passa entre o estar vivo e o estar morto.
Como colocado por Schramm e Batista no artigo “Conversações sobre a boa morte: o debate bioético acerca da eutanásia”, a boa morte, como se referem a eutanásia. Esta, a séculos, é interpretada dessa forma pelos mais estudiosos e de irreversível aceitação pelos incrédulos que dificilmente desmembram-se de algum parente ou amigo, que aceitaram como todos, o direito de um ser de vir mas não lhe dando o direito de ir, esquecendo e ocultando a importância da passagem universal do ser humano pelo mundo e a sua hora de se riscar do mundo e de se extinguir vindo de uma luz fraca e onipotente, ou seja, sua condição patológica.
A Eutanásia é sujeita a vários questionamentos, alguns de indubitável legitimidade como a abreviação da vida pela Eutanásia voluntária que tem a concepção do enfermo pelo próspero futuro ocorrido, mas questionável no caso da Eutanásia de duplo efeito, que se refere nos casos em que a morte é acelerada como conseqüência de ações médicas não visando ao êxito letal, mas sim, ao alívio do sofrimento de um paciente (por exemplo, emprego de morfina para controle da dor, gerando, secundariamente, depressão respiratória e óbito).
Nessa última, é escolhida uma técnica em que é acelerada a morte do paciente só que “sem dor”, visando livrá-lo de um sofrimento sem fins que vai acabar por sessar sua intermitente vida precária, que foi levada a algum tipo de horripilante enfermidade e que destruiu toda a sua chance de qualidade de vida.
É discutível também o nível de colaboração do paciente (se consciente ou inconsciente) e dos (muitas vezes) incrédulos familiares, para essa tomada brusca da aceitação à morte, dando-lhe o direito de ir, já que não há mais chances de recuperação ou reabilitação em vida.
Já dizia Shakespeare “Morrer é dormir. Nada mais. E por um sonho, diremos, as aflições se acabarão e as dores sem número, patrimônio da nossa débil natureza. Isto é o fim que deveríamos solicitar com ânsia. Morrer é dormir... e talvez sonhar”.

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